domingo, 13 de abril de 2014

ROTEIRO DO SEMINÁRIO LITERÁRIO

SEMINÁRIO LITERÁRIO - ROTEIRO BÁSICO

A fim de orientar e unificar os trabalhos dos diferentes grupos, sugerimos um roteiro mínimo de leitura e análise da obra escolhida, o qual naturalmente poderá ser seguido no todo ou em parte, modificado e enriquecido, de acordo com os objetivos do grupo.

1-Biobibliografia
Situar o autor no tempo, dar um rápido painel de suas mais importantes produções e, se for possível, estabelecer eventuais ligações entre vida e obra.

2-Resumo do enredo
Sintetizar os principais acontecimentos da obra.

3-Personagens
Listar as principais, suas características físicas e psicológicas, verificar se as personagens sofrem mudanças e são aprofundadas psicologicamente (personagens esféricas ou redondas), ou se são imutáveis e seu tratamento é superficial e exterior (personagens planas); ou ainda de delas se destacam apenas traços gerais e comuns ao grupo a que pertencem, como a fofoqueira, o padre, a beata, a comadre, etc. (tipo).

4-Tempo
Observar a presença dos tempos cronológico (do relógio) ou psicológico (tempo interior, da consciência) e a importância deles para a construção da sequência narrativa e das personagens.

5-Espaço
Deve ser observado na perspectiva de sua ralação com a personagem e de sua importância para o significado geral da obra. Importa estudar tanto o espaço físico geográfico (meio ambiente) quanto o espaço social em que atuam (meio social) e observar até que ponto o espaço influencia ou condiciona a ação das personagens.

6-Foco narrativo
Verificar se o ponto de vista do narrado é em 1ª ou em 3ª pessoa e em que medida essa opção atende melhor aos propósitos do narrador ou do autor. Observar também se o narrador interfere na narrativa com comentários, digressões (parar a narrativa para relembrar), ironias, etc. e avaliar a importância dessas atitudes no significado geral da obra.

7-Estilo
Devem ser buscados na obra traços que caracterizam o estilo pessoal do autor, como, por exemplo, certas construções frasais; o uso freqüente de certas classes gramaticais; freqüência e tipo de descrição; comparações e figuras de linguagem; ambigüidade; ironia; linguagem de acordo com o padrão culto ou popular; vocabulário elevado ou coloquial; gosto pelas frases curtas ou por períodos longos; etc.

8- Verossimilhança
Deve-se averiguar o grau de coerência interna entre a obra que garante a sua verossimilhança, isto é, sua semelhança com a verdade. Tal observação pode ser importante para se perceber a filiação da obra a determinado movimento literário. Por exemplo, o Romantismo geralmente apresenta uma visão fantasiosa e idealizada da realidade; já o Realismo procura atingir o máximo de verossimilhança, a ponto de a narrativa ser lenta para dar a dimensão real do tempo vivido pelas personagens.

9-Movimento literário
Os vários aspectos anteriormente levantados deverão ser tomados em conjunto neste item, pois são eles, ao lado dos temas mais comuns a essa obra e da visão do mundo (a ideologia) nelas expressa, que caracterizam a linguagem de determinado movimento literário. Deve-se verificar em que medida a obra em estudo corresponde aos padrões estabelecidos pelo movimento literário a que cronologicamente está relacionada ou representa uma fuga dos padrões.

10-Conclusões
Este item de fechamento deve avaliar a importância e contribuição da obra e do autor estudados à nossa literatura. Devem ser levados em conta aspectos como: o autor funda ou não uma nova tradição em nossa literatura; se não funda, a que tradição está vinculado e que contribuições trouxe para o aprofundamento dessa tradição; qual o destaque desse escritor ou de sua obra no movimento literário a que pertence.

11-Referências Bibliográficas

Observação:
 Todos os itens analisados devem ser comprovados com passagens do texto.

 À medida que os seminários forem ocorrendo, este item será enriquecido com estudos comparativos entre as obras. 

sexta-feira, 21 de março de 2014


Romantismo - Estilo de Época

       O Romantismo marcou o início da afirmação do capitalismo sobre todas as regiões do mundo. É o período do predomínio do indivíduo, em que gênios, pessoas excêntricas e grandes artistas — que antes estavam vinculados a estruturas estabelecidas de poder — conquistaram a liberdade e começaram a agir por conta própria. Dessa forma, o Romantismo pode ser considerado uma revolução em amplo sentido, pois a concepção e a atitude do homem em relação ao mundo que o cercava tornaram-se bem distintas das predominantes nos séculos anteriores. Sem o patrocínio de mecenas ou a necessidade de financiamentos, os românticos ganharam liberdade para criar.

       Isso foi possível por causa de dois motivos. Em primeiro lugar, devido à ampliação do público leitor, que se deu por meio da incorporação, ao público letrado, de segmentos que anteriormente não faziam parte dele. A burguesia passou a ter mais acesso à educação, e suas preferências passaram a predominar no mercado editorial. Os burgueses não eram um público acostumado a festas de salões ou exposto à sociedade, como no período anterior ao Romantismo, mas, sim, um público anônimo. Em segundo lugar, os autores ganharam mais liberdade para criar devido à melhoria que ocorreu no ramo editorial. Essa foi possível por causa da modernização das técnicas da imprensa, impulsionada por avanços tecnológicos e pela ampliação de capital decorrente do aumento do número de leitores.
      A liberdade de criação tornou-se um dos pontos principais do chamado "estado de alma romântico". Essa postura foi marcada por algumas características definidas em todas as regiões do Ocidente, como o relativismo, a busca da natureza e a liberdade de imaginação. Enquanto "estado de alma", ela mantém vivas, ainda hoje, muitas de suas características. Para perceber isso, basta olhar para nossas próprias idéias a respeito do mundo.
      Estilo de época predominante na literatura ocidental, o Romantismo teve início na Inglaterra (em 1789) e na Alemanha (em 1975), em um período que se estende da segunda metade do século XVIII até meados do século XIX.
      A busca das origens espaciais do Romantismo é um reflexo da forma como ele foi estruturado, buscando definir cada nação e suas características. Nessa época, ocorreu a consolidação dos grandes Estados modernos, a derrubada de Monarquias Absolutistas e a instalação de uma visão burguesa nos governos.
     Na Alemanha e na Inglaterra (especialmente na região da Escócia), alguns poetas passaram a fazer um tipo de poesia que se contrapunha aos modelos formais do Classicismo, até então predominante — uma poesia rude, que foi atribuída, na Alemanha, aos poetas pré-românticos e, na Escócia, aos poetas lakistas. Dessas regiões, o movimento avançou para as demais localidades da Europa e do Ocidente.
      Na França, o Romantismo teve início com a figura de Mme. De Staël e com Chateaubriand. Nesse país, surgiu Jean-Jaques Rousseau, considerado o "pai do Romantismo".
      No ano de 1816, na Itália, foi publicada a Carta Semi-séria de Crisóstomo, que foi considerado o primeiro manifesto romântico.
      Na Península Ibérica, o Romantismo chegou a Portugal em 1825, com a publicação de Camões, de Garrett. Em 1835, a Espanha assistiu ao início desse movimento e pouco depois, o Brasil.
      Costuma-se associar o início do romantismo no Brasil com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, no ano de 1836.

►As principais características do Romantismo são:
a) Subjetivismo: é a expressão do "eu" romântico, ou seja, daquilo que caracteriza cada pessoa. Essa é a grande busca dos escritores românticos. A presença da vontade individual, de opiniões pessoais e de julgamentos é constante nas obras românticas.
b) Liberdade criadora: o autor romântico procura separar-se de tudo que seja imposição externa, seja quanto à forma do texto ou ao conteúdo a ser trabalhado. Com relação à liberdade de forma, o autor romântico procura distanciar-se dos modelos clássicos de escrita, que foram mantidos até o final do Classicismo; no que diz respeito à liberdade de conteúdo, ele busca tornar-se um artista independente, que possa dar vazão às opiniões e vontades próprias.

c) Sonho: esse é um tema comum na literatura romântica. Ele pode ser pensado como a libertação da alma dos escritores, que passa a ser expressa por meio das palavras.

d) Sentimentalismo: na busca do escritor romântico pelas questões subjetivas do mundo e de seu próprio "eu", o sentimento tem papel fundamental. É por meio dele que o autor se insere na realidade e, mais do que isso, o sentimento é a própria realidade para ele. Podemos identificar, entre outros, dois tipos de atitude nas obras românticas: a introspectiva, em que o autor volta-se para os próprios sentimentos, e a expansiva, em que ele está preocupado com questões coletivas, como o nacionalismo e a sociedade. Além disso, o escritor pode demonstrar, nas duas atitudes, um sentimento melodramático.

e) Solidão: no Romantismo, o importante é a exaltação do "eu", o que resulta em um grande sentimento de solidão. Tal sensação só desaparece quando o personagem ou o "eu" poético encontra-se com o ser amado. Por outro lado, a separação ou a morte da pessoa amada faz agravar o sentimento de isolamento em relação ao mundo, levando, muitas vezes, ao desejo de suicídio.

f) Evasão: vivendo em um mundo cada vez mais injusto e cruel, o escritor romântico tem tendência a se isolar, não necessariamente de maneira física. A fuga da realidade pode ocorrer de diversas formas, como por meio da bebida (vinho) e das drogas (ópio). Essa evasão também pode se manifestar de outra maneira, na presença de elementos como a noite, o delírio, as febres e, até mesmo, a morte.

g) Idealizações: ao mesmo tempo em que o romântico expõe suas idéias sobre o mundo que o cerca, ele transforma esse mundo naquilo que acha que é a realidade. A busca da perfeição é uma das grandes questões para os escritores desse período.

h) Mulher: a definição da mulher perfeita faz com que o romântico não veja a pessoa do sexo oposto como ela realmente é, mas como ela deveria ser ou como ele acredita que ela é. As mulheres perfeitas são definidas, quase todas, como virgens, puras, brancas, ingênuas, lindas, sensuais e, geralmente, são pessoas proibidas de amar o personagem ou o "eu" poético.

i) Natureza: assim como as mulheres, ela é idealizada e não representa a natureza real que cerca o poeta, mas, sim, um ambiente que se aproxima da perfeição.

j) Gostos: essa é outra característica relacionada ao subjetivismo. O que importa para o romântico é a satisfação de seus desejos e caprichos, o que, muitas vezes, realiza-se somente quando ele perde completamente sua individualidade e se funde ao ser amado.

k) Noite: esse é um tema constante nas obras românticas, especialmente na segunda geração. O misterioso ou o que não pode ser definido racionalmente, é representado na literatura romântica sob o véu da noite.

l) Mistério: o culto à noite está relacionado à busca pelo misterioso, por aquilo que não possui explicação lógica ou racional. Uma característica típica do romântico é tratar o mundo como algo que precisa ser descoberto.

m) Exagero: os exageros ocorrem, quase sempre, no campo sentimental. Suicídios, parricídios e isolamentos são extremamente comuns na literatura romântica e são, em sua maioria, causados por amores proibidos ou não correspondidos.

n) Reformismo: por ser uma estética que representa valores novos, o Romantismo se torna um dos porta-vozes das mudanças que estavam sendo pregadas pela burguesia contra os valores tradicionais que perduraram até o Classicismo.

o) Passado: o passado heróico é descrito como uma possibilidade de desenvolver um homem forte e que enfrenta o mundo. Contra uma realidade contemporânea estagnada, o passado representa, para o escritor romântico, um momento de grandes conquistas. É por meio da criação de um passado heróico para sua pátria que o romântico ajuda a formar a identidade nacional e o sentimento pátrio.

p) Ruínas: presentes em um grande número de obras, as ruínas (em especial as greco-romanas) e objetos antigos relacionam-se diretamente à retomada do passado.

q) Fé: mesmo que em alguns momentos os escritores românticos deixem clara sua posição de ateus ou anticristãos, na maioria das vezes, eles trabalham com valores provindos da doutrina tradicional da Igreja católica.

r) Ilogismo: as obras românticas acabaram apresentando problemas de lógica interna devido à busca pela supremacia do subjetivismo. A experimentação e a inovação tornaram-se características desse movimento estético.

s) Arte: no campo da arte, o Romantismo propõe a independência da arte, que não deve estar vinculada a nada além da busca do belo. Diferentemente dos períodos anteriores, quando a maioria dos artistas dependia da ajuda de um mecenas, no Romantismo, o artista devia ser capaz de viver de sua arte, sem fazer concessões a ninguém a não ser a si mesmo.

     Para pensar no Romantismo brasileiro, o melhor a fazer é dividir esse momento em três fases, pois cada uma delas dá ênfase a aspectos distintos dos itens mencionados anteriormente, possuindo, assim, características próprias. Essa distinção em fases é normalmente aplicada à poesia, mas, em alguns casos, pode ser usada para ajudar a definir a prosa e o teatro românticos.

►Poesia

Primeira geração romântica
Teve início em 1836 com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. O principal representante dessa geração é o poeta Gonçalves Dias. Nesse momento, buscava-se uma identidade para o país recém-formado. Assim, os autores procuravam ressaltar características que diferenciassem o Brasil dos demais países, recorrendo essencialmente à natureza e ao índio. A importância dada à definição do índio enquanto grande herói nacional fez com que essa geração ficasse conhecida como indianista.

Segunda geração romântica
Foi o período mais curto da produção romântica (1840 a 1850) devido à morte prematura de quase todos os seus representantes. O pessimismo e a fuga da realidade cotidiana eram as características mais marcantes. Assim, os poemas e textos em prosa dessa época apresentavam uma ambientação fantástica e, muitas vezes, mórbida. Essa geração foi marcada pelo spleen (melancolia) e mal-do-século, e ficou conhecida como geração ultra-romântica. Sob a influência de Byron, seus maiores representantes foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freyre.

Terceira geração romântica
Voltada a questões sociais e sob a influência do liberalismo, que aflorava por todo o Ocidente, essa geração encontrou, na literatura, espaço para denunciar os problemas da sociedade da época, entre eles, a escravidão. Nesse período, o abolicionismo ganhou força. Os escritores dessa geração buscavam um nacionalismo mais crítico, que olhasse não somente para as belezas naturais do país e que tivesse um idealismo menos ingênuo. Inspirado em Vitor Hugo, a terceira (e última) geração romântica teve seu ápice com os poemas de Castro Alves.

►Prosa
      Até o advento do Romantismo, a prosa foi considerada um gênero de qualidade inferior à da poesia. Foi com a consolidação dos valores burgueses que o gosto pelas narrativas em prosa ganhou espaço. Com textos mais simples do que os poéticos, as narrativas de aventura e amor — muitas vezes, recheadas de erotismo — conquistaram o público leitor, formado, principalmente, por estudantes e mulheres.
      É bom esclarecer que a diferenciação do Romantismo em três momentos é típica da poesia, não sendo aplicada à prosa. Quando pensamos em livros como Iracema, Noites na Taverna, Lucíola e Senhora, podemos classificá-los da seguinte forma: Iracema — indianismo; Noites na Taverna — ultra-romantismo; Lucíola e Senhora — romances sociais. No entanto, se prestarmos atenção às datas em que foram publicados esses livros, veremos que eles não seguem a seqüência definida pela poesia, pois Senhora, por exemplo, foi escrito antes de Iracema.
     Na prosa, todas as tendências românticas ocorrem paralelamente, ou seja, elas não obedecem a uma seqüência temporal de predominâncias. O primeiro livro de José de Alencar, Cinco Minutos e A Viuvinha, por exemplo, se enquadra na categoria romance de costume e apresenta as mesmas características trabalhadas pela terceira geração da poesia romântica, enquanto alguns dos livros do final de sua carreira poderiam ser inseridos na temática abordada pela primeira geração dos poetas românticos.

►Teatro
É no período romântico que o teatro nacional se consolida, apresentando encenações diferentes das produzidas em épocas anteriores, que tinham caráter religioso (especialmente os autos). Autores como José de Alencar e Martins Pena contribuíram para a criação de um gênero que se popularizou rapidamente, em que as preferências do burguês eram salientadas, e a crítica à sociedade tradicionalista era uma temática comum. Um dos fatores que permitiu a popularização do teatro foi a utilização da língua portuguesa nas peças, em lugar do francês, que era usado até então.


LITERATURA- ROMANTISMO

A herança Romântica

1- O espírito romântico pode estar presente, como características de personalidade em pessoas de qualquer época.

2- O Romantismo atingiu seu apogeu no século XIX mas até hoje está bem vivo entre nós. O grande público prefere o devaneio a uma visão mais crítica e questionadora da realidade.Por isso o Romantismo permanece na literatura de massa, como nas novelas, nos filmes e em grande parte das letras de música popular.
3- Encontramos herança romântica ainda em grandes poetas, como Manuel Bandeira.
4- O gosto por narrativas histórica, heróicas ou lendárias, o culto do tipo " brasileiro" e a caracterização ufanista da nossa natureza são também exemplos de permanência do Romantismo na literatura brasileira de outras épocas.
O Romantismo
1-O Romantismo é o primeiro estilo de época em que predominam os padrões da burguesia em ascensão. Corresponde, assim, ao abandono dos padrões aristocráticos da arte clássica, substituídos pelos ideais de simplicidade, sinceridade e individualidade da arte da burguesia.
2-A literatura romântica, por um lado, valoriza tudo que vem do povo, mas, por outro lado, foge da realidade deste mesmo povo, refugiando nos temas do eu, do sonho, do passado e da natureza.
3-Caracteriza ainda o Romantismo a defesa da pátria e da liberdade; a divisão do mundo em heróis e bandidos; o "mal do século" ( melancolia, desejo de morrer), o sentimentalismo.
4-O Romantismo é o primeiro estilo de época a existir no Brasil após a Independência, vai ser fortemente nacionalista: a natureza brasileira e o índio se tornam símbolos da nacionalidade e são idealizados, descritos como perfeitos.
    Ex: Iracema ( José de Alencar)... Virgem dos lábios de mel e hálito fresco...
    5- Surge na época o romance de folhetim, publicado de capítulo em capítulo nos jornais e baseado no suspense, para prender o leitor. Muitos romances de Jose de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo possuem essa estrutura, na qual tem destaque a trama de amor, em geral com final feliz, à vezes com final trágico.
    6- A poesia romântica se divide em três fases ou gerações:

1ª Nacionalista e Indianista: 
  na qual se destaca Gonçalves Dias.
2ª Ultra-romântica:
entregue ao mal do século, marcante em Álvares de Azevedo.

3ª Condoreira:

de preocupação social e caráter oratório ( poesia condoreira) representada principalmente por Castro Alves.




segunda-feira, 29 de outubro de 2012


Pronomes Relativos


São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.

Por exemplo:

O racismo é um sistema queafirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.

(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema"e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo que.

O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.

Por exemplo:

Não sei o que você está querendo dizer.

Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.

Por exemplo:

Quem casa, quer casa.

Observe o quadro abaixo:

Quadro dos Pronomes Relativos
Variáveis
Invariáveis
Masculino
Feminino
o qual
cujo
quanto
os quais
cujos
quantos
a qual
cuja
quanta
as quais
cujas
quantas
quem
que
onde

Note que:

a) O pronome queé o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.

Por exemplo:
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

b) O qual, os quais, a qual eas quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:

Por exemplo:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de que neste caso geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar que depois de sobre.)

c) O relativo "que" às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração.

Por exemplo:
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.

d) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.

Por exemplo:

Este é o
caderno
cujas
folhas
estão rasgadas.
(antecedente)
(consequente)

e) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Por exemplo:

Emprestei
tantos
quantos
foram necessários.
 
(antecedente)

 

Ele fez
tudo
quanto
havia falado.
 
(antecedente)

f) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

Por exemplo:

É um professor
a
quem
muito devemos.
 
(preposição)

g) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.

Por exemplo:

A casa ondemorava foi assaltada.

h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.

Por exemplo:

Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.

i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

- como (= pelo qual)

Por exemplo:

Não me parece correto o modocomo você agiu semana passada.

- quando (= em que)

Por exemplo:

Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.

Por exemplo:

O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.
O futebol é um esporte
de que o povo gosta muito.

k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo que.

Por exemplo:

A sala estava cheia de gente que conversava, (que)ria, (que) fumava.

 

Importância nada relativa
Não é difícil perceber que os pronomes relativos são peças fundamentais à boa articulação de frases e textos: sua capacidade de atuar como pronomes e conectivos simultaneamente favorece a síntese e evita a repetição de termos.

domingo, 5 de agosto de 2012

Advérbios

ADVÉRBIO

Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. Exprimindo uma circunstância.

ADVÉRBIO MODIFICANDO UM VERBO OU ADJETIVO
Ocorre quando o advérbio modifica um verbo ou um adjetivo acrescentando a eles uma circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade que determina um fato, ampliando a informação nele contida.
Ex.: Antônio construiu seu arraial popular ali.
Estradas tão ruins.
ADVÉRBIO MODIFICANDO OUTRO ADVÉRBIO
Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro advérbio, geralmente intensificando o significado.
Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal
ADVÉRBIO MODIFICANDO UMA ORAÇÃO INTEIRA
Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância.
Ex.:Lamentavelmente o Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.
Locução Adverbial
É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio.
Ex.: De modo algum irei lá.
TIPOS DE ADVÉRBIOS
DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da virtude alheia.
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente
DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE.
Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando aplicado a propriedades graduáveis)
DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta.
Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse pai-de-santo?
Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta
DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei lá
Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje
Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram
Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente
DE EXCLUSÃO:
Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente
DE INCLUSÃO:
Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência. Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
DE ORDEM:
Depois, primeiramente, ultimamente
DE DESIGNAÇÃO: Eis
DE INTERROGAÇÃO:
Ex.: E então?QUANDO é que embarca?
onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade), para que?(finalidade
Palavras Denotativas
Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais
Ainda, além disso
AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui.
embora
AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de ano
Ainda bem, felizmente, infelizmente
APROXIMAÇÃO:
quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de
DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carro
eis
EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele.
Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer, senão,
EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias.
isto é, por exemplo, a saber, ou seja
INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar.
Até, inclusive, também, mesmo, ademais
LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu.
só, somente, unicamente, apenas
REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão?
é que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.
RETIFICAÇÃO: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro
aliás, isto é, ou melhor, ou antes
SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele?
então, mas, se, agora, afinal
Grau dos Advérbios
Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau comparativo e no superlativo.
- GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de comparação. O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas tão…quanto, mais…que, menos…que. Pode ser:
=> comparativo de igualdade:
Ex.; Chegarei tão cedo quanto você.
=>comparativo de superioridade:
Ex.: Chegarei mais cedo que você.
=>comparativo de inferioridade:
Ex.: Chegaremos menos cedo que você.
- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a circunstancia expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O grau superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como pelo processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).
=>superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo.
Ex.:Cheguei tardíssimo.
=>superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxilio de um advérbio de intensidade.
Ex.:Cheguei muito tarde.
Observações:
=>Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o sufixo apenas no ultimo.
Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.
=>Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo.
Ex.: Imediatamente convoquei os alunos